segunda-feira, 17 de abril de 2017

Ardhanarishvara






Ardhanarishvara
Ardhanarishvara representa a síntese perfeita do ser e a fusão de formas masculinas e femininas, incorporando Prakriti e Purusha, considerando as energias femininas e masculinas do cosmos e também se manifesta como Shakti o Sagrado Feminino, e Shiva, o princípio masculino.
Ardhanarishvara indica também que "a totalidade está além da dualidade" e que a natureza humana é essencialmente igual às duas energias a masculina e feminina. Falamos sempre destas duas energias como fazendo parte do ser como um todo sendo indivisível mas considerando sempre as duas partes iguais.
Purusha é hoje comumente entendida como "homem", apesar de na filosofia samkhya este não ser o seu significado e Prakriti significa natureza ou criação. Numa designação do hoje considerando como Purusha é a fonte da criação pelo motivo que é Purusha o indutor que faz com que as coisas aconteçam. Mas tudo acontece quando Prakriti está em consonância com a sua existência ou quando ela está num estado de criação, permitindo assim que tudo se encaixasse e a criação apareça. Se um ser humano nasce, ou um animal nasce, ou um cosmos nasce, está a acontecer a mesma coisa, o que num entendimento humano se referencia como masculino ou masculino.
Considerando uma visão tradicional todo o ser humano surge por causa de um único acto, por causa da cópula, mas pode acontecer de qualquer maneira, pode acontecer de forma irresponsável, negligente, com força, com raiva, com ódio - não precisa necessariamente de acontecer através de um acto maravilhoso e de amor, mas de qualquer maneira a população vai aparecendo. Tudo o que acontece a seguir no útero é que não pode acontecer de qualquer maneira, tem que acontecer de uma maneira muito ordenada, carinhosa, pacificada e bonita, caso contrário, pode ser que tudo não funcione e que a vida por algum motivo não aconteça.
Então, quando olhamos para este processo que pode ser considerado como um acto mas que define a criação e que se  identifica como Purusha, mas o que faz com que tudo aconteça e que possa evoluir para a vida é designado por Prakriti ou natureza, sendo este o motivo que a natureza é representada como feminina
A fusão desses dois opostos tem de coexistir na vida de cada um, e indica que para que o ser seja completo tem de coexistir numa estrutura mental, material e espiritual. Shiva e Shakti são inseparáveis ​​e interdependentes, o que indica que ambas as forças opostas são uma e a mesma e não podem ser consideradas como duas identidades individuais.



Geralmente numa cultura íconica a metade de Shakti ficada situada à esquerda do Ardhanarishvara e Shiva é mostrado no lado direito, também tradicionalmente a esposa está sentada à esquerda do marido. O lado direito está associado a traços masculinos e a um funcionamento cerebral com lógica, direcção e pensamento sistemático. O lado esquerdo (Vamabhaga) está relacionado com o coração, portanto, também está associado com as características femininas, tais como criatividade e a intuição. Mas estas duas forças também simbolizam a fertilidade o crescimento e a capacidade reprodutiva considerando estas forças supostamente opostas tornarem-se então não-dual, que no final se torna impossível diferenciar o masculino no feminino.
Muitas referências do Tantra Shastra consideram a forma hermafrodita do Ardhanarishvara como sua divindade tutelar, como representa a divina união entre os Prakriti e Purusha.
Esta consciência do feminino que hoje a sociedade e mesmo as mulheres têm entendido a natureza feminina como fraqueza, em que as mulheres tentam e se enquadram nesta forma de vida mundial gerado pela economia. Tudo está a ser gerido e se enquadra como a lei da selva em que, o que sobrevive é o mais apto, mas que no final tudo é gerido de uma forma dominante e masculina ( mesmo quando gerida pelo feminino). Escolhemos sempre o poder da conquista grosseira sobre as subtilezas do amor, da compaixão e do abraço da vida.
Ao nos analisar-mos pode-mos verificar que temos apenas masculino, mas no final o que vamos analisar é que no geral temos tudo, mas numa consideração mais específica é que não temos nada e que no final não conseguimos nesta sociedade nutrir o que é feminino, basta analisar o que se passa nas escolas em que as disciplinas mais sensoriais como música, arte, filosofia e literatura são preteridas em detrimento das ciências e das tecnologias. Se esta alteração não for efectuada e não acontecer, não haverá espaço para o feminino no mundo, e ao mesmo tempo se não existir este equilíbrio entre masculino e feminino então vamos todos andar aos papeis, sem entender a nossa estrutura de vida e as nossas vidas irão ser muito incompletas e desequilibradas.



Para os mais aqui deixo o link do Mantra a Ardhanarishvara
https://www.youtube.com/watch?v=DlQX6uKHAkQ
fiquem felizes e procurem em vocês o lado feminino 

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