depois de ler este texto de Robert Sachs resolvi partilhar
EGO E SOFRIMENTO
UMA VISÃO BUDISTA
Como a nossa ignorância nos impede
de ter uma visão correta de nós mesmos e do mundo, desenvolvemos visões erradas e, a partir dai, o
caos começa-se a instalar. Ficamos presos a certas maneiras de agir e de pensar
e julgamos que, comendo isto ou aquilo ou que estando com esta e não com aquela
pessoa, tudo ficará perfeito. Embora nenhum de nós realmente deseja sofrer, por
melhores que sejam as circunstâncias, devido a nossa visão limitada, provavelmente
ficaremos desapontados se as coisas não saírem como nós as planeamos ou esperamos.
Como consequência disso, ficamos mais obstinados e nos recusamos a admitir os nossos
erros de julgamento ou de reconhecer que as nossas atitudes estão erradas. Afastamos
tudo o que pode atrapalhar o nosso "mundinho" perfeito e com isto nos vamos
apegando ainda mais aquilo que achamos que realizamos, tornando-nos cada vez mais agressivos.
Com essa descrição, definimos o que o tantra referência
tal como os ensinamentos budistas que são designados pelos três venenos: apego,
agressão e ignorância. Estas três forças impostas pelo ego são responsáveis por
todo o nosso sofrimento físico, emocional e espiritual e compõem a base de uma realidade
limitada que precisa de ser transcendida.
O modo como são designados de veneno, é como se fossem
designados como frutas verdes.
Embora o apego, a agressão e a ignorância sejam a fonte de
todo o nosso sofrimento, são um retrato imaturo da realidade segundo a visão tântrica
budista. Eles contem um potencial iluminado, como as frutas verdes que amadurecem
e ficam suculentas e prontas para serem comidas. Superar o apego, a agressão e a
ignorância significa não se deixar levar pela realidade limitada que eles retratam.
Quando não nos deixamos dominar pela arrogância ficamos mais abertos. De acordo
com alguns ensinamentos, o apego transforma-se em sabedoria, a agressão em clareza
e a compaixão e a ignorância em atitudes inteligentes. O budismo acredita que somos
bons por natureza e que esse potencial está adormecido dentro de nós. O que precisamos
é descobrir um modo de transformar esses venenos em condutas positivas. Certa
vez, um bom amigo, fez uma analogia da transformação do fabrico do aço. Quando esse
metal é aquecido, passa por um estágio de oxidação que o torna escuro. Se for
retirado durante essa fase, o resultado será desastroso. Mas se for submetido ao
calor por mais tempo, o aspecto enegrecido desaparece e, em seu lugar, surge um
metal claro, brilhante e literalmente indestrutível.